Artur Avila Cordeiro de Melo, de 35 anos, foi escolhido pela União Internacional de Matemática para receber a Medalha Fields, considerado o prémio Nobel de Matemática. É a primeira vez que um latino-americano recebe esta distinção, que foi concedida hoje em Seul, na Coreia do Sul, durante o 27º Congresso Internacional de Matemáticos. Artur é um matemático que trabalha em Paris como diretor de pesquisa no Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS, na sigla em francês). Simultaneamente (e desde 2006) o matemático é pesquisador extraordinário do Instituto de Matemática Pura Aplicada (Impa), no Rio de Janeiro, onde concluiu o doutorado em 2001. A Medalha Fields é concedida a cada quatro anos a no mínimo a dois e no máximo a quatro profissionais com menos de 40 anos cujos trabalhos tenham sido considerados fundamentais para o avanço da matemática. Além de Artur, também ganharam a medalha neste ano Manjul Bhargava, do Canadá, Martin Hairer, da Áustria e Maryam Mirzakhani, do Irão. Nesta edição também se faz história devido a ser a primeira vez que é feita a distinção a uma mulher. Aos quatro premiados neste ano somam-se outros 52 agraciados com a Medalha Fields desde o lançamento do prémio, em 1936. A medalha foi criada por John Charles Fields para compensar a ausência da matemática entre as ciências premiadas com o Prémio Nobel. Cada vencedor da Medalha Fields recebe 15 mil dólares do Canadá (R$ 31 mil). Ao justificar a distinção, o júri escreveu que Artur "fez notáveis contribuições no campo dos sistemas dinâmicos, análise e outras áreas, em muitos casos provando resultados decisivos que resolveram problemas há muito tempo em aberto". O brasileiro estudou em dois colégios tradicionais do Rio de Janeiro, Santo Agostinho e São Bento, e aos 13 anos ganhou a sua primeira medalha de bronze na Olimpíada Brasileira de Matemática de 1992, a primeira em que participou. Estudou no Instituto de Matemática Pura Aplicada (Impa) em 1995, enquanto cursava o ensino médio no Colégio Santo Agostinho. Em 1997, mesmo ano em que iniciou a graduação em matemática na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), concluiu o mestrado no Impa. Em 2001, ao concluir a graduação na UFRJ, também terminou seu doutorado, pelo mesmo Impa. Em 2003 ingressou no Centro Nacional de Pesquisa Científica, em Paris, onde desde 2008 atua como diretor de pesquisa, sendo atualmente ligado ao Institut de Mathématiques de Jussieu. Recebeu a Medalha de Bronze do CNRS e o Prémio Salem em 2006, o prémio da Sociedade Europeia de Matemática em 2008, o Grande Prémio Jacques Herbrand da Academia de Ciências da França em 2009, o prémio Michael Brin em 2011 e o Early Career Award da Associação Internacional de Física Matemática em 2012.
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