O Vaticano, representado pelo sacerdote que condenou este ato, foi demagógico e incorreto.
Foi generalizada uma questão ética que neste caso não poderia ser vista assim. Todas as pessoas com um mínimo de cultura humanitária sabe que o suícidio é condenável. Porém deveria ter sido separado este caso da idéia veiculada pelo Vaticano. Além de ser um caso de câncer raro e incurável, a jovem sofreria muito nos últimos tempos de sua vida já considerada terminal. Portanto, houve demagogia e houve incorreção.
Não foi de modo algum um suicídio, assistido ou não. São praticados processos de Eutanásia rotineiramente. Porém, tal processo é decidido pelos familiares, e este caso pode ser visto como um ato de Eutanásia decidida pela própria pessoa, e não de suicídio, uma vez que a jovem tinha consciência de seu estado e tinha também condições mentais para essa decisão.
A palavra “suicídio” por si só já pressupõe uma atmosfera de desespero, e de conflitos extremos , onde práticamente não existe, exceto em raros casos, possibilidade de reflexão por parte da pessoa envolvida nesse trágico processo.
Completamente diferente do que foi o caso desta jovem. Portanto, a palavra “suicídio” não caberia aqui no sentido proposto pelo representante do Vaticano, e nem mesmo pelo autor original desse artigo.
José S de Melo