segunda-feira, 2 de junho de 2014

45 sugestões para melhorar a educação no Brasil

 

Alunos vão para escola e não aprendem, o governo gasta bilhões e a educação no Brasil não decola. Veja 45 sugestões para mudar esta realidade no país.

1 – Usar de modo eficiente o tempo em sala de aula

Muitas das medidas que poderiam causar grande transformação na sala de aula não acarretariam em gasto algum. Usar de maneira eficiente o tempo em que alunos já estão na escola é uma delas.

Estudo do Banco Mundial divulgado no ano passado, realizado a partir da observação in loco de pesquisadores da instituição, mostrou que apenas 66% do tempo de sala de aula no Brasil é gasto efetivamente com o ensino.

Outros 34% são desperdiçados com atividades burocráticas, como chamada, a cópia de deveres de casa ou pedindo disciplina. A cota de “desperdício” em países da OCDE é de apenas 15%. Usar sabiamente o tempo em sala de aula é uma das mais baratas e eficientes maneiras de melhorar a educação no Brasil.

2 – Abandonar ideia de que só vale agir com mais dinheiro

Virou moda no Brasil pensar que os problemas da educação só serão resolvidos se houver muito mais dinheiro para o setor. Nesta linha, a principal bandeira da União Nacional dos Estudantes e de alguns parlamentares é a destinação imediata de 10% do PIB para a educação.

O país que mais investe no mundo hoje, a Islândia, despeja apenas 7,8% de sua riquezas.

“É um fetiche por um número redondo”, afirma Gustavo Ioschpe, economista especialista em educação.

O problema real desta ideia é que causa uma aparente paralisia dos envolvidos para as melhoras que podem – e devem – ser efetuadas agora. Enuanto a agenda quantitativa é perseguida com lobby no Congresso, a qualitativa fica esquecida por professores e gestores que compram a ideia de que só mais verba pode melhorar a educação no Brasil.

3 – Universalizar a educação de verdade

Nas últimas duas décadas, o Brasil quase conseguiu universalizar a educação pública em um processo notável e propalado pelos governantes de plantão.

A palavra universalizar, no entanto, esconde ainda um montante de 3,8 milhões de crianças e jovens entre 4 e 17 anos fora da escola, segundo dados do Movimento Todos pela Educação.

O problema é concentrado no universo de crianças entre 4 e 5 anos e jovens acima de 14 anos. No meio deles, a educação é quase universalizada. Rumo a uma educação de qualidade, o Brasil deve avançar mais.

4 – Reformular o Ensino Médio

Do estado periclitante da educação brasileira, nenhum é tão ruim quanto do Ensino Médio. Entre as notas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), a do ensino médio é a mais baixa: 3,1, de 10.

Parte das pessoas culpa o número de disciplinas ensinadas aos estudantes, 13; a outra, a maneira enciclopédica, que tenta ser passada de maneira mais profunda que o necessário.

Escreveu em um blog um aluno bolsista da Fundação Estudar, quando estudava nos Estados Unidos: “Aqui o aluno não tem que aprender Matemática, Biologia ou Geografia em detalhe”, constatou.

O fato é que o assunto voltou à tona recentemente, quando o Ministro da Educação, Aloízio Mercadante, mostrou disposição de mudar o ensino médio, tornando-o mais multidisciplinar e integrado.

5 – Garantir escolas com infraestrutura decente

Tem razão a garota Isadora Faber, de 13 anos, que desde agosto ficou famosa ao denunciar a condição precária de sua escola pela página no Facebook Diário de Classe. É dela a foto ao lado.

Embora haja exemplos pontuais de professores que conseguiram arrancar um bom desempenho de crianças e jovens em escolas em péssimas condições, é unânime entre educadores, apoiados em pesquisas, que uma infraestrutura adequada, com lousas e giz (ou caneta), instalações cuidadas e carteiras, sem falta de materiais necessários ao aprendizado, acarretam em melhor resultados dos alunos.

Acabar com a desigualdade entre escolas públicas bem cuidadas e outras caindo aos pedaços, com falta de materiais, é dar oportunidades equânimes aos brasileiros de todas as regiões.

6 – Cooptar alunos talentosos para magistério

Uma pesquisa da Fundação Victor Civita, em 2009, constatou que a carreira de professor costuma ser hoje mais procurada por estudantes da rede pública, muitas vezes vindos de um panorama menos favorecido em termos escolares, culturais e financeiros.

É uma diferença brutal para países como Finlândia e Coreia do Sul, onde os melhores alunos querem ser professores, até mesmo do do ensino básico. No Brasil, somente os docentes de nível superior parecem manter algum prestígio como carreira.

Fazer a educação brasileira se equiparar a destes países necessariamente passará por tornar a docência do ensino fundamental e médio atrativas no país.

A questão pode até perpassar melhores salários. Sabe-se, no entanto, que aumentar o soldo não melhorará o trabalho dos professores que estão aí, embora possa servir para atrair alunos mais bem aplicados no futuro.

Mas é preciso aumentar a dinâmica da carreira para atrair uma geração mais interessada em ascender do que ficar 30 anos exatamente fazendo a mesma coisa.

E, quem sabe, conseguir atrair estudantes como o paraibano Felipe Abella, da foto ao lado, acostumado a ficar entre os primeiros em Olimpíadas mundiais do conhecimento, antes e depois de entrar na universidade.

7 – Implantar a meritocracia para professor

Prática adotada em várias profissões com ótimos resultados, a meritocracia ainda precisa ser implantada de verdade no país, mas com cuidados. Em educação, o conceito não se restringe ao pagamento de bônus.

Este, inclusive, demanda cuidados.

As pesquisas no setor não permitem concluir se o sistema funciona, ou como deveria funcionar.

O principal problema é isolar o papel do professor. Como dar menor bônus a um docente do 6º ano que conseguiu elevar o desempenho de alunos com deficiências em 50%, em relação ao professor que, com uma turma já melhor formada, quase nada fez? Mesmo que, ao final do ano, o desempenho da segunda turma ainda seja melhor.

Mas meritocracia é um conceito amplo que deve permear todo o sistema: da escolha dos gestores aos repasses para a escola, entre outros.

8 – Criar um currículo nacional

O Ministério da Saúde, para padronizar o atendimento de uma pessoa doente em Manaus ou no interior do Paraná, lança os chamados Protocolos Clínicos (PCDT) de várias doenças. O Ministério da Educação não faz o mesmo com sua área.

Nem estabelece o que as crianças deveriam aprender em cada idade, o que seria um importante instrumento para medir – e se cobrar – qualidade no ensino.

“A justificativa disso é deixar o professor contextualizar na sua sala o que o aluno deve aprender. Mas quando o governo não cria um currículo, ele deixa alguém criar”, afirma Denis Mizne, diretor-executivo da Fundação Lemann, organização criada pelo empresário Jorge Paulo Lemann para trazer soluções para a educação brasileira.

No caso, são os próprios professores e as editoras de livros escolares que terminam por decidir algo que deveria ser definido pelo governo. É possível resolver o problema ainda dando espaço para diferenças regionais e culturais.

9 – Combater o absenteísmo

Os 200 dias letivos e as 800 horas-aula do Brasil hoje são uma ilusão. Ilusão porque, como visto, este tempo é em grande parte desperdiçado. Ilusão, também, porque nem todos os professores trabalham todos os dias.

“É como chegar no trabalho e em um dia a porta está fechada, no outro o chefe não aparece, e por aí vai”, afirma Denis Mizne, da Fundação Lemann. O resultado é que isso dificulta a cultura de estudar dos alunos.

Trinta e três por cento dos gestores escolares reconhecem que os professores faltam “muito”, mas levantamentos de secretarias estaduais mostram números bem mais chocantes.

As consequências são desastrosas. Em “A Falta faz falta?”, pesquisadores da FGV e do Mackenzie constataram que a nota média dos alunos em matemática piorava 5% a cada 10 dias faltados pelos professores. É preciso conhecer as causas do problema a fundo – e combatê-las.

10 – Usar mais tecnologia (software)

Quanto mais você pesquisa no Google ou participa da rede social Facebook, mais a internet conhece você e seus gostos, criando um poderoso material para venda de publicidade por parte dessas empresas. Os faturamentos são bilionários.

Surpreende, portanto, que softwares inteligentes não estejam sendo usados para o bem coletivo através da educação.

“A vantagem da tecnologia é permitir a individualização da aprendizagem, algo que a pedagogia defende há muito tempo”, afirma Denis Mizne, diretor-executivo da Fundação Lemann.

O uso mais intensivo de tecnologia, porém, não é o demagógico conceito de entregar tablets e computadores para crianças sem saber o que fazer com eles, algo que se provou um fracasso no programa Um Computador por Aluno.

“O tablet é a lousa, o que vai ser escrito é que importa”, defende Mizne. Por isso, é mais importante definir um bom e eficiente software. Um que possa aprender com o aluno conforme ele estuda, por exemplo.

11 – Trocar informações dentro da rede de ensino

As notas do Ideb por escola mostram anomalias que não deveriam existir: instituições distintas que ensinam crianças da mesma idade, com mesmo perfil socioeconômico em uma mesma região arrancam desempenho díspares dos alunos.

Essa troca de informação – homogeneizando o que dá certo em uma determinada área – é obrigação para a educação brasileira, e um equalizador de qualidade fácil de ser observado e alcançado.

A Finlândia, um dos melhores sistemas educacionais do mundo, é conhecida justamente pela quase irrelevante discrepância entre suas escolas públicas.

12 – Acabar com indicação política para diretor

Persiste no Brasil a indicação política para os cargos de diretor de escolas públicas. O método é adotado por 42% das secretarias estaduais, apontou uma pesquisa da Fundação Victor Civita no ano passado.

Tal qual se observa quando os partidos abocanham cargos eminentemente técnicos na esfera federal, o método só traz malefícios quando comparados à eleição direta pela comunidade escolar ou por concurso público, outros métodos empregados com maior valorização da meritocracia.

13 – Impedir que criança vá a escola e não aprenda

Quase 98% das crianças e jovens entre 6 e 14 anos estão na escola. Seria o cenário ideal, não fosse um único problema: eles não estão aprendendo de verdade.

Parte deles, nem a ler e interpretar textos de tal maneira que possam ser considerados alfabetizados. É

como se os pais estivessem sendo enganados ao ver os filhos indo à escola.

O IBGE considera 15,2% dos alunos com até 8 anos ainda não alfabetizados, mas na Prova ABC, aplicada pelo INEP e pelo Todos pela Educação no ano passado, 51% das crianças não aprenderam o que deveriam até o 8 anos.

São crianças que, pelas dificuldades, aprenderão cada vez menos com o passar dos anos, porque nunca dominaram o básico. O governo federal finalmente deu ao problema a atenção merecida com o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, lançado este mês.

14 – Empresas devem atuar

É o governo, sem dúvida, que tem o poder e a responsabilidade de travar uma batalha que melhore o panorama da educação no Brasil. Mas em um país entre as 10 economias do mundo, aberto ao mercado, empresas podem e devem estar cientes de que a educação é o melhor setor para exercer a responsabilidade social corporativa.

“Temos que pensar no médio e longo prazo”, afirma o Diretor de Pessoas e Organização da Odebrecht Infraestrutura, Paulo Quaresma.

Desde 2008, a empresa, responsável por obras gigantescas em locais isolados, como Belo Monte, treinou 66 mil pessoas – 70% delas vindas do Bolsa Família – para trabalhar em seus canteiros. Terminou contratando apenas 40 mil.

“O que significa que 26 mil não foram contratadas, mas estão com qualificação básica”, afirma Quaresma. Mesmo que sua empresa não seja uma gigante, pode ajudar, e ser ajudada, ao investir em educação.

15 – Mudar o currículo do curso de pedagogia

No Canadá, a ênfase dos professores é na ponta do processo: naquilo que ele vai ensinar em sala de aula. “Aqui, é para o professor ser um pensador em educação”, constata Priscila Cruz, diretora-executiva do Todos pela Educação.

Apenas 20,7% das aulas é efetivamente sobre o quê ensinar, mostra um levantamento da Fundação Victor Civita. E menos ainda sobre como ensinar.

Assim, os aspirantes a docência se deparam com “História da Educação” e “Filosofia da Educação” mais do que com o que deveria ser o objetivo central da sua aula: fazer o aluno apreender tudo que for ensinado.

16 – Antes de pedir vaga, pais devem exigir qualidade

Uma grande pesquisa conduzida em 2005 pelo Inep, vinculado ao Ministério da Educação, mostrou que, de maneira geral, os pais de alunos da rede pública estão satisfeitos com as escolas dos filhos.

Muitas notas dadas pelos responsáveis passavam de 75 (de um total de 100). A visão positiva está muito ligada ao fato dos pais perceberem a evolução da escola dos filhos em relação à sua própria.

No mesmo ano, no Ideb, a mais importante avaliação de ensino do país, o Brasil inteiro cravou um desonroso 3,8, de um total de 10.

O problema desta visão é que as mudanças

necessárias ao sistema educacional só serão efetuadas por um governante que perceba que é melhor atender a milhões de pais exigentes que aos 5 milhões de professores e técnicos do setor, que podem se posicionar contra várias das medidas necessárias.

“Se você tiver 20 milhões de pais dizendo que querem reforma e educação de qualidade, então o quadro político fará sentido”, afirma o economista especialista em educação Gustavo Ioschpe.

17 – Ampliar educação técnica e profissional

O Brasil tem hoje 1,3 milhão de estudantes cursando aulas de ensino técnico. Em universidades e faculdades, são 6,6 milhões.

“Estamos apostando em 6 profissionais de nível superior para cada um de nível técnico. Isso não é sustentável”, defende Marcelo Feres, secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação.

De 15 a 19 anos, mais de 50% dos jovens alemães têm aulas de ensino profissionalizante com a educação regular. No Brasil, ficamos em 6,6%.

É preciso acelerar a reversão deste cenário, para o bem da empregabilidade dos jovens e do desenvolvimento econômico brasileiro.

O governo mostrou que quer combater este cenário com o Pronatec, programa que pretende ampliar o acesso a este tipo de curso no país. Até 2014, a meta é chegar a 8,8 milhões de beneficiários. É ver para crer.

18 – Combater a repetência com mais reforço escolar

As taxas de repetência no Brasil são coisa séria na rede pública: 14,1% no ensino médio e 10,6% no ensino fundamental. Significa que de cada 100 alunos, 13 estão cursando a mesma série do ano anterior. A taxa está entre as maiores da América Latina e bem distante da de países desenvolvidos.

Uma das bases do sistema finlandês é não deixar ninguém para trás – pesquisas comprovam que a repetência é um grande desestímulo que atinge as notas do estudante por toda a vida, além de um grande incentivo à evasão – o que significa fornecer reforço escolar para um grande número de jovens, quase como uma educação paralela, com professores habilitados para esse fim, durante todo o ano.

Um sistema com bem mais chances de sucesso que fornecer aos alunos, em poucas semanas, todo o conteúdo do ano, na chamada – e temida – recuperação.

O mito de que a repetência dá base para o aluno é falso: nada garante que, ensinado da mesma maneira, o aluno vá finalmente aprender no ano seguinte o que não conseguiu neste.

19 – Mais escolas de tempo integral

Hoje, 32 mil das 156 mil escolas brasileiras têm ensino integral em algum grau, isto é, o aluno tem as 4 horas normais de aula, mas também estudos complementares no outro turno. O governo tem 1,5 bilhão de reais para aumentar este número a até 60 mil até 2014.

Segue na direção certa. A educação integral não precisa ser regra nem maioria, mas é particularmente benéfica para os estudantes de menor renda, que têm menos acesso a itens culturais em casa.

“Se estudam de manhã, à tarde filhos de pais abastados são levados para o inglês e têm livros em casa. Mas as crianças pobres não têm isso”, afirma Priscilla Cruz, diretora-executiva do Todos pela Educação.

20 – Capacitar professores com enfoque na prática

Quando se fala em educação continuada hoje no Brasil, principalmente no âmbito municipal, normalmente o que se quer dizer são a realização de eventos que misturam lazer e palestras de autoajuda para estimular o professor a ensinar.

Nada que vá ter resultado no dia seguinte em sala de aula, basicamente.

Assim como é preciso aperfeiçoar o curso de pedagogia, é preciso também capacitar professores, claro, mas com foco em resultados. Fazer com que os gastos de prefeituras com capacitação se transformem, de fato, em resultado para os alunos.

21 – Combater a deficiência em matemática

No 5º ano do ensino fundamental, apenas 37% dos estudantes aprenderam o adequado para a série em português. Ao final do 9º ano, este índice cai 15 pontos percentuais. Matemática começa próximo disso: apenas 33% de quem esta no 5º anos conhece o conteúdo que deveria. Mas ao final da 9º, o aprendizado despenca para 21 pontos percentuais, para 12%.

É fato: números são um desafio para as nossas crianças e jovens. E elas não gostam de lidar com eles. Parte do problema pode estar em quem ensina. “O professor morre de medo da matemática porque não sabe (o conteúdo)”, afirmou Cláudio de Moura Castro, economista especialista em educação, ao falar com EXAME.com sobre os desafios para tornar o Brasil um país de engenheiros.

Se a dificuldade em matemática é conhecida, então deveria haver um esforço adicional para que crianças possam aprender de fato a disciplina. O Brasil precisa de engenheiros. Mas tem que começar cedo a tornar os números menos temidos pela criançada.

22 – Corrupção: coibir os desvios da educação

Os custos estimados que o Brasil perde com a corrupção variam. Começam na casa dos 40 bilhões e daí só sobem. Independentemente do valor, o ralo por onde escoa esse montante é particularmente grande na saúde e educação.

Um projeto do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) em avaliação na Comissão de Constituição e Justiça pretende transformar em crime hediondo o desvio de verbas destinadas a programas destes setores.

Antes de se falar em aumento de recursos para a educação, vale fechar a torneira, com maior fiscalização e, principalmente, punição a quem desvia dinheiro da chave essencial do desenvolvimento brasileiro.

23 – Priorizar o aprendizado em todo o sistema

“Assegurar que os alunos aprendam” é, dentre as finalidades da escola, apenas a quarta na ordem de importância para os diretores escolares entrevistados por uma pesquisa da Fundação Victor Civita.

Primeiro, aparecem “formar cidadãos”, “estimular o espírito crítico” e “assegurar igualdade de oportunidades”.

É por essa falta de foco pragmático no aprendizado espalhada por toda cadeia educacional que no Brasil consegue-se criar cursos para professores em que o ato de fazer os outros aprenderem passa ao largo.

Para Priscila Cruz, do Todos pela Educação, o foco no aprender seria uma mudança “sutil”, mas com poder para transformar tudo no país: do dia a dia dos professores ao curso de capacitação docente e a formulação de politicas públicas.

Para os pais, seria fazer com que se importassem com o que o filho efetivamente aprende, mais do que com as instalações escolares ou a presença de computadores, como é hoje. É uma mudança de mentalidade que traria progressos.

24 – Começar a competir a nível mundial

Quando for decidir suas metas, o Brasil precisa olhar o mundo. Todos os pesquisadores da educação que estudaram a fundo sistemas educacionais tidos de excelência, como da Finlândia e Coreia do Sul, são unânimes em apontar que não se pode importar nenhum deles pela particularidade da sociedade brasileira.

Sem dúvida, no entanto, a vontade de estar entre os melhores do mundo é uma característica comum.

”Xangai (primeiro lugar nos teste do Pisa, importante estudo comparativo internacional) tem nível de renda parecido com brasileiro, mas desde 79 é um pais que pensa ‘somos pobres, queremos ser ricos, não é tolerável ter educação de baixa qualidade, queremos qualidade mundial.

E vamos ser pragmáticos: todo mundo vai ter que trabalhar mais, estudar mais e as famílias participar mais. Essa filosofia é um conceito geral no qual o Brasil poderia se espelhar”, acredita o economista Gustavo Ioschpe.

Os estudantes brasileiros não precisam, claro, ser obrigados a assistir a congressos do partido no comando, como os alunos chineses na foto ao lado, mas não há razão para não importar certos conceitos fundamentais.

25 – Enviar brasileiros para estudar no exterior

Uma receita exaustivamente adotada por Índia e China há anos passa a ser também prioridade anunciada agora no Brasil: enviar para as melhores faculdades e universidades estrangeiras alunos que irão, depois, trazer este conhecimento para o Brasil e aplicá-los de várias formas.

A China é hoje o país que mais envia estudantes ao exterior (atualmente, mais de 300 mil). Metade deles vai para os Estados Unidos. Isso é também parte da receita que tornou a Índia forte em engenharia, por exemplo.

O governo brasileiro, com o programa Ciência Sem Fronteiras, pretende diminuir a lacuna de cerébros nacionais em território estrangeiro enviando mais de 100 mil bolsistas em quatro anos.

O Brasil está atrasado em relação aos demais BRICs neste aspecto. Por isso, quanto mais, melhor.

26 – Estimular vinda de estudantes estrangeiros

Assim como no turismo – onde os brasileiros gastam bem mais lá fora do que os estrangeiros aqui – o Brasil pode até não enviar uma enorme força para estudar fora, mas recebe menos ainda.

Segundo o Instituto Internacional de Educação, por exemplo, são 9 mil brasileiros cursando ensino superior nos Estados Unidos, enquanto há 3,5 mil universitários norteamericanos aqui. Mas observou-se um aumento de 12% na vinda de estudantes dos EUA no último ano.

É preciso expandir a capacidade do Brasil em receber esta massa de alunos. A presença deles é, além de tudo, benéfica para lembrar com quem estamos competindo na busca pela eficiência e competitividade que o Brasil precisa alcançar.

27 – Pais precisam acompanhar a vida escolar do filho

É preciso enfrentar a visão de que o fato de muitos filhos terem hoje mais escolaridade que os pais torna um problema para estes acompanhar a vida escolar da prole. Mais importante que o ensino. é o incentivo familiar.

Um estudo realizado em escolas latinoamericanaas por pesquisadores canadenses e britânicos, em 2001, mostrou que a presença paterna está associada a um melhor aprendizado das crianças.

Isso significa perguntar como foi a aula, o que está sendo feito e aprendido, estimular o filho a fazer (bem) os deveres de casa, mas nunca dar a resposta do dever, mesmo que ela seja conhecida.

Se possível, e havendo condição, é comprovadamente positivo também investir em livros e bens culturais. Pode ser surpreendente, mas há evidências de que isso pode ser mais determinante para o desempenho futuro da criança do que qualquer outra coisa.

28 – Somente adotar medidas baseadas em evidências

O senso comum pode ser perigoso. O Brasil, com quase 200 milhões de habitantes, não pode se dar o luxo de adotar medidas educacionais  que não estejam apoiadas em evidências e pesquisas.

Claro que nada garante que um estudo bem sucedido em outro país possa ser replicado aqui, mas trata-se de um começo. O mesmo vale para pesquisas realizadas no Brasil. Exemplos de como adivinhar a realidade pode ser um exercício perigoso estão espalhados por aí.

Por exemplo, a ideia de que professores, para conseguir fechar as contas no fim do mês, trabalham em várias escolas não corresponde à evidência. Dados de 2011 do Inep mostra que 58% deles trabalham em apenas uma escola. Chega a 94% os que trabalham em no máximo duas.

É preciso, assim, estar apoiado em evidências para a decisão de políticas públicas.

29 – Travar metas ambiciosas para a educação

Assim como uma empresa fixa metas ambiciosas para estimular seus funcionários a darem o melhor de si, também o Brasil deveria ambicionar resultados excepcionais na educação. Não é o que se vê.

Um exemplo claro da cautela do país na hora de pensar grande foi quando, em 2006, o MEC estipulou a nota que o país deveria atingir no Ideb até 2022: nota 6.

A número equivale ao desempenho de países desenvolvidos… em 2006! Até lá, também estes países terão evoluído muito. A falta de ambição pela excelência está impregnada em vários setores da cultura brasileira. É preciso almejar mais do que ser apenas a melhor escola da cidade ou do estado.

30 – Se for investir mais, que seja na educação básica

Para cada aluno do ensino superior, o Brasil gasta hoje 11,7 mil dólares anualmente, próximo aos 13,7 da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Quando se chega ao ensino básico, no entanto, é que a situação fica ruim: os 2,4 mil dólares anuais são três vezes menos do que esses países investem (7,7 mil dólares).

É sabido que nenhum investimento gera tanto retorno social e econômico quanto investir na criança. O problema, considerado um entrave, é que tudo isto significa pensar a longo prazo, não exatamente uma especialidade da política brasileira.

“Vai demorar 20 anos para que você tenha um retorno, mas este retorno, mostram as pesquisas e evidências, é muito alto”, lembra Martin Carnoy, da Universidade de Stanford.

31 – Responsabilização de gestores e políticos

A nota no Ideb 2011 do estado de Alagoas, para alunos do 6º ao 9º ano, foi de 2,5, o menor do Brasil. Dois anos antes, era de 2,7. Os 2,5 eram a mesma nota que o estado tinha obtido em 2005. Situação semelhante ocorreu no ensino médio.

Enquanto vários estados do Brasil avançavam, os alunos de Alagoas retrocediam, uma situação considerada inaceitável para quem lida com educação. É por isso que entidades e especialistas defendem que, contra retrocessos, o melhor é haver responsabilização de gestores.

Projetos para uma Lei de Responsabilidade Educacional (nos moldes da Lei de Responsabilidade Fiscal) tramitam no Congresso. A dificuldade é dosar que tipos de punições estariam previstos para secretários, prefeitos e demais gestores da educação.

“Queremos que essa lei seja tensionada na medida certa. Por que se você é rigoroso, vai ter todo mundo contra. Se for brando, não adianta nada”, afirma Priscila Cruz, diretora-executiva do Todos pela Educação.

32 – Deveres de casa mais longos

É praticamente unânime, mas não custa lembrar: dever de casa deve ser levado a sério. Segundo pesquisas nacionais e internacionais compiladas pelo economista Gustavo Ioschpe, fazer mais dever de casa é um belo impulsionador para o aluno, com reflexos até mesmo nas taxas de abandono.

O problema é que os pais se preocupam se os filhos estão fazendo a lição, e não se ela está sendo corrigida. É preciso que os professores, para atingir o objetivo, encerrem-na com a correção.

Para fixação, é melhor que sejam poucos deveres de casa, mas que exijam esforço de mais tempo, do que muitas tarefas curtas. Pela sua importância, o dever de casa deve ser adotado criteriosamente, adequado ao que é dado em sala de aula e encarado como elemento fundamental da aprendizagem.

33 – Aumentar acesso ao ensino superior

Quase universalizar o acesso ao ensino básico mas manter, ao mesmo, tempo, níveis baixos de conclusão de ensino médio mostram que, no Brasil, muita gente fica pelo caminho.

Dados da OCDE de 2010 mostram que, no grupo entre 35 e 44 anos, somente 12% dos brasileiros têm diploma, contra 24% no Chile e 43% nos EUA.

O problema é especialmente relevante porque o mesmo estudo, em sua edição seguinte, mostrou que os ganhos para quem tem diploma no Brasil são três vezes superiores à média da OCDE, onde os graduados já ganham 67% a mais.

34 – Gestão escolar focada em resultados

É unânime hoje que o diretor é mais um síndico da escola do que alguém comprometido com o aprendizado. Como o nome hierárquico mais alto da instituição, ele deveria ter especial preocupação com o resultado final, como ocorre em uma empresa.

Ao mesmo tempo, um diretor atuante, que observa a qualidade de aula de seus professores, é tabu no Brasil. A sala de aula é vista como uma redoma dos professores e, no máximo, da coordenação pedagógica.

Consequência desse afastamento é que um terço dos gestores escolares desconhecem até mesmo o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de sua escola, mostra pesquisa da Fundação Victor Civita.

Fazer a gestão escolar focar resultados é mudar esta cultura. Em termos de especialização, a situação não é ruim: 80% dos diretores do país fizeram cursos de formação continuada em gestão escolar, segundo pesquisa da Fundação Victor Civita.

35 – Universidades públicas trabalharem com setor privado

O ranço da universidade pública brasileira com a iniciativa privada é histórico e notório. Nos Estados Unidos, alunos e professores mantém intenso e produtivo diálogo com empresas num esquema em que todos saem ganhando.

O corpo universitário entra em sintonia com o mercado que, em parte, irá absorvê-lo no futuro, além de conseguir financiamento; já as companhias conseguem ir mais longe do que iriam apenas com sua própria massa pensante. Uma boa receita também para a inovação.

O ranço com o setor privado em federais é sentido pelas empresas. A Odebrecht procura manter laços acadêmicos com instituições de ensino de qualidade, participando de workshops e buscando trainees.

“Mas sinto nas federais uma falta de estimulo. Nas privadas, tem professores que puxam esse processo”, reconhece Paulo Quaresma, Diretor de Pessoas e Organização da Odebrecht Infraestrutura.

A pesquisa bancada com dinheiro público é importante para qualquer país. Ela só não precisa ser a única.

36 – Mais estímulos do governo para a iniciativa privada

O governo brasileiro se habituou nos últimos anos a intervenções pontuais para ajudar este ou aquele setor prejudicado pelas turbulências da economia mundial. Está na hora de incentivos mais gordos para estimular a participação privada na educação dos brasileiros.

O melhor ponto para começar, por exemplo, seria reduzir – ou eliminar – a taxação de empresas que querem capacitar seus profissionais. É mais um exemplo da mania brasileira de taxar o que muitos não taxam.

Para este fim, o BNDES mantém crédito com juros de 3,4% ao ano. Mas as empresas reclamam da burocracia para conseguir o dinheiro.

37 – Ampliar as horas-aula por ano

Dentre as soluções apresentadas nesta lista, há as urgentes e as não urgentes. Esta pertence, definitivamente, ao segundo grupo. Alguns sistemas educacionais superiores ao brasileiro dão mais do que 800 horas-aula a seus alunos por ano, outros um pouco menos.

Mas em países com debilidades na educação, como o Brasil, há evidências de mais aulas podem trazer melhores resultados. Mas muito antes de fazer isso, o país precisa aprender a usar bem o tempo que tem, que já não pode ser considerado pouco.

Quando este período estiver sendo gasto de maneira eficiente, sem desperdícios, e quando os alunos estiverem de fato aprendendo em aula, aí sim ampliar a carga horaria pode ajudar mais.

38 – Ensinar o que se pode aprender

Muitos intercambistas brasileiros que vão cursar ensino médio ou mesmo alguma série anterior nos Estados Unidos se surpreendem com o quanto de coisa viram aqui que os norteamericanos nem tinham ouvido falar.

Mas as avaliações internacionais mostram que a grande diferença é que, de qualquer maneira, eles aprendem, nós não. O problema do ensino pesado em conteúdo da educação brasileira não se restringe ao ensino médio.

Também no superior, por vezes o conhecimento passa do exigido pela carreira e pela expectativa profissional da pessoa.

“Temos uma grande relutância em aceitar que o aluno não sabe quase nada”, disse o economista Cláudio de Moura Castro, especialista em educação. E continuamos ensinando muito, como um rolo compressor.

Por vezes, menos pode ser mais.

39. Valorizar as provas e avaliações

Por vezes ameaçada sob o argumento de reducionismo, as avaliações e as temidas provas são um importante instrumento para o aluno e professor. Pesquisas mostram que, quando frequentes – mas não de maneira exagerada – estas têm relação com melhor desempenho dos estudantes.

A palavra “frequente” é importante para o aluno se manter em dia com os estudos, mas também por outra razão: a avaliação constante é um importante instrumento para que o professor reconheça como o conhecimento está chegando aos alunos e, possa, a partir daí, adaptar seu estilo.

E é mais proveitoso devolver as provas com um grau de avaliação qualitativa, em vez de simplesmente “certo” e “errado”.

40 – Mensurar resultados – e aprender com eles

Já medimos o sistema educacional brasileiro de inúmeras formas – SAEB, Prova Brasil, Enem, além de enormes questionários censitários respondidos por professores, alunos e gestores – mas na hora de usar estes resultados, deixamos a desejar.

Principalmente na hora de disponibilizá-los de maneira acessível, fazendo com que todos os envolvidos com educação em todos os níveis aprendam com eles.

Uma pesquisa de 2010 da Fundação Victor Civita mostrou que quase metade dos coordenadores pedagógicos não sabem nem mesmo o que é o Ideb, que seria um belo ponto de partida para diagnosticar as fraquezas dos alunos da própria escola.

É preciso atenção também para monitorar medidas que deram certo ou estão sendo implementadas em menor escala em regiões específicas do país.

Um exemplo é o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, lançado este mês pelo governo federal. Consiste basicamente em aplicar em larga escala o que foi feito primeiro em Sobral, no Ceará, e depois em todo o estado. Um exemplo de que medir resultados, aprender com eles – e copiá-los, quando possível – é sempre uma boa ideia.

41 – Definir o papel de cada ente da federação

Qualquer empresa sabe: coletivizar obrigações e atribuições entre os empregados é um convite ao fracasso. Quando esta empresa se chama Brasil e tem quase 200 milhões de habitantes, não tem como dar muito certo.

O federalismo brasileiro é complexo – sua reforma é chamada pela Confederação Nacional dos Munícipios de a mãe de todas as reformas – e impõe dificuldades para educação.

Hoje, como os recursos são distribuídos por aluno nas redes estaduais e municipais, chega a haver concorrência por aluno. E quando se trata de definir a culpa por resultados, é um verdadeiro jogo de empurra e empurra.

Uma definição clara – diferente do que está hoje na Constituição e na Lei de Diretrizes e Bases – vai ajudar também no regime de colaboração entre os governos e na arbitragem da justiça.

42 – Manter melhorias a cada troca de governo

Como visto, o Brasil – que tem que correr para vencer mais um século de atraso na educação para se equiparar aos países desenvolvidos – não pode permitir retrocessos.

Uma das maneiras é garantir também que as melhorias sejam contínuas, independentemente do governante no comando. Muitas das mudanças em educação são consideradas de longo prazo.

Um exemplo é o atual Pacto pela Alfabetização na Idade Certa, que o governo lançou este mês. Caso o plano vença a inércia federal em gestar e fazer vingar grandes programas, é preciso que ele seja continuado – mesmo que com correções – pelo próximo governo.

O problema é agravado pela falta de políticas e metas claras de longo prazo, que facilitam interrupções maléficas a cada troca de gestor, principalmente no âmbito municipal.

43 – Mudar o enfoque bacharelesco da educação

“A matriz educacional brasileira tem um problema que todo o conteúdo é como se todos fossem para a universidade, e 86% não vão”, critica o presidente do Senai, Rafael Lucchesi.

A parte do fato de que ainda é vergonhoso o índice de acesso ao ensino superior no Brasil, é preciso também se adaptar às demandas que o mercado de trabalho disponibiliza. E se tem algo que tem caracterizado a educação brasileira é a inércia para fazer frente aos desafios que surgem a todo instante.

A lição de outros países neste segmento é clara: a universidade é um belo caminho, mas não é o único. É preciso convencer os responsáveis e os próprios cidadãos que não é preciso apontar todo o sistema apenas para isso, desde os primeiros anos de escola.

44 – Colocar professores formados na disciplina

Quem estudou com bons professores sabe a diferença entre aprender com quem conhece realmente o conteúdo ou com quem se perde na hora de elucidar a primeira dúvida.

Pois é este um grande problema no Brasil: em uma disciplina complicada como física, apenas 9,5 mil dos quase 60 mil docentes que ensinam a matéria são formados nela. Por causa da falta de graduados na disciplina interessados no magistério, os outros 50 mil são roubados de outras áreas. E têm que se virar como podem.

Em química, apenas 14,9 mil dos 53,5 mil têm o diploma, segundo o Inep.

Corrigir esta distorção, que acarretará em melhor aprendizado, vai depender de tornar a carreira de professor mais atraente, como visto lá atrás. Hoje, os formados correm do magistério.

45 – Colocar a educação no topo da agenda

É preciso ser claro: todo governante pode ter um programa para a educação, mas ninguém colocou o tema como a maior das prioridades, embora pareça consenso que um país só atinja a plenitude de desenvolvimento com um sistema educacional à altura.

“Faltam políticos que digam ‘a marca que vou deixar é a educação’”, acredita Priscila Cruz, diretora-executiva do Todos pela Educação.

A disposição politica é particularmente importante porque muitas das medidas necessárias para tirar o Brasil do atraso demandam o enfrentamento de certas ideologias que embaçam o sistema.

Em quase todo o Brasil, as últimas eleições municipais foram um reflexo de como a educação é vista como importante, mas secundária. Enquanto os candidatos brigavam por quem criaria mais vagas em creches, quase ninguém mencionou elevar a qualidade do ensino.

Screwy-looking wind turbine makes little noise and a big claim

 

By Ben Coxworth

May 27, 2014

 

The Liam F1 Urban Wind Turbine is said to be considerably more efficient than most convent...

The Liam F1 Urban Wind Turbine is said to be considerably more efficient than most conventional turbines

 

Although it's getting increasingly common to see solar panels on the roofs of homes, household wind turbines are still a fairly rare sight. If Rotterdam-based tech firm The Archimedes has its way, however, that will soon change. Today the company officially introduced its Liam F1 Urban Wind Turbine, which is said to have an energy yield that is "80 percent of the maximum that is theoretically feasible." That's quite the assertion, given that most conventional wind turbines average around 25 to 50 percent.

The 75-kg (165-lb) 1.5-meter (5-ft)-wide Liam obviously doesn't look much like a typical turbine. It draws on the form of the nautilus shell, and the screw pump invented by ancient Greek mathematician Archimedes of Syracuse.

That form factor reportedly results in minimal mechanical resistance, allowing it to spin very freely and to operate quietly – blade noise is one of the common complaints regarding rooftop wind turbines. Additionally, the design is claimed to keep it always pointing into the wind for maximum yield.

It's based on the form of the Nautilus shell and the screw pump invented by ancient Greek ...

Along with its claim of being able to achieve 80 percent of Betz' limit, The Archimedes adds that "The Liam F1 generates an average of 1,500 kilowatt-hours of energy [per year] at a wind-speed of 5 m/s [16.4 ft/s], which resembles half of the power consumption of a common household." Needless to say, it will be interesting to see what independent testing reveals. The company states that it has tested the Liam "over 50 times" to confirm the figures, and has already sold 7,000 of the turbines in 14 countries.

That said, the Liam F1 Urban Wind Turbine should be officially available as of July 1st. Although no price was given in today's announcement, a previous posting on the company website puts it at €3,999 (about US$5,450).

 

source of this post : www.gizmag.com

Major discovery on the mechanism of drug resistance in leukemia and other cancers

 

May 28, 2014

Universite de Montreal

A mechanism that enables the development of resistance to Acute Myeloid Leukemia (AML) anticancer drugs, thereby leading to relapse, has been identified by researchers. The new discovery constitutes a major breakthrough in the fight against AML, one of the deadliest forms of leukemia, because it immediately suggests strategies to overcome drug resistance. Furthermore, the type of drug resistance the team identified is likely implicated in other cancers and a successful new treatment regimen based on these findings could have broad applications in treating cancer.


A mechanism that enables the development of resistance to Acute Myeloid Leukemia (AML) anticancer drugs, thereby leading to relapse, has been identified by Kathy Borden of the University of Montreal's Institute for Research in Immunology and Cancer (IRIC) and her collaborators. Kathy Borden is a Principal Investigator at IRIC and a professor at the university's Department of Pathology and Cell Biology. The development of drug resistance is one of the main problems in clinical oncology and the cause of relapse in many patients

The new discovery, recently published in the scientific journal Nature, constitutes a major breakthrough in the fight against AML, one of the deadliest forms of leukemia, because it immediately suggests strategies to overcome drug resistance. Furthermore, the type of drug resistance the team identified is likely implicated in other cancers and a successful new treatment regimen based on these findings could have broad applications in treating cancer.

Previous work by Professor Borden's team had indicated that the use of ribavirin, a compound that was originally developed as an antiviral drug, could result in real benefits for certain cancer patients. With support from The Leukemia & Lymphoma Society of the USA, a first clinical trial using ribavirin to treat poor-prognosis AML patients was performed under the supervision of Dr. Sarit Assouline and Dr. Wilson Miller of the Segal Cancer Center at the Jewish General Hospital in Montréal.

"This first clinical study yielded extremely promising results in most patients, including remissions, with no significant treatment-related toxicity. However, as is often the case when using a single drug, all patients eventually relapsed," recall Drs. Assouline and Miller. The multi-center study also included patients from the Hôpital Maisonneuve-Rosemont (HMR) in Montreal and the McMaster University/Hamilton Health Sciences Center in Hamilton, Ontario.

In their recent article, the researchers describe why, in most of the patients, ribavirin as well as the standard chemotherapeutic drug cytarabine (Ara-C), eventually become ineffective at killing cancer cells. "By studying drug resistant cancer cells from AML patients and head and neck tumors, we found that a gene called "GLI1" is dramatically overactive in these cells," explains Hiba Zahreddine, doctoral student in the laboratory of Kathy Borden and first author of the Nature article. "With the help of our colleagues at Pharmascience Inc. we were then able to show that this results in a specific chemical change to the drugs, that prevents their toxicity toward the cancer cells," continues Professor Borden.

Fortunately, drugs that inhibit the activity of GLI1 are currently available and the scientists showed that these drugs could switch the cancer cells back into a ribavirin-sensitive state. It is hoped that when used in combination-therapy with ribavirin (or more standard chemotherapy), these drugs will prevent the development of drug resistance in patients. The team has now received approval from Health Canada to undertake a new clinical trial to test the novel drug combination in AML patients.

As part of its research partnership with Université de Montréal, Pharmascience Inc. will continue to manufacture and provide the ribavirin necessary for this clinical trial. "If this new approach is successful, it could have very broad applications since the mode of action of ribavirin suggests that it could be effective against up to 30% of all cancers including some types of breast, prostate, colon, stomach and head and neck cancers in addition to AML," explains Morris Goodman, co-founder and Chairman of the Board of Pharmascience Inc.


Story Source:

The above story is based on materials provided by Universite de Montreal. Note: Materials may be edited for content and length.


Journal Reference:

  1. Hiba Ahmad Zahreddine, Biljana Culjkovic-Kraljacic, Sarit Assouline, Patrick Gendron, Andrea A. Romeo, Stephen J. Morris, Gregory Cormack, James B. Jaquith, Leandro Cerchietti, Eftihia Cocolakis, Abdellatif Amri, Julie Bergeron, Brian Leber, Michael W. Becker, Shanshan Pei, Craig T. Jordan, Wilson H. Miller, Katherine L. B. Borden. The sonic hedgehog factor GLI1 imparts drug resistance through inducible glucuronidation. Nature, 2014; DOI: 10.1038/nature13283

New approach to HIV vaccine explored by scientists

 

May 29, 2014

University of Nebraska-Lincoln

A promising new approach to a live attenuated HIV-1 vaccine is being pursued by scientists, using a genetically modified form of the HIV virus. The new method involves manipulating the virus' codons -- a sequence of three nucleotides that form genetic code -- to rely on an unnatural amino acid for proper protein translation, which allows it to replicate. Because this amino acid is foreign to the human body, the virus cannot continue to reproduce, researchers report.


Qingsheng Li (left), Wei Niu and Jiantao Guo.

Using a genetically modified form of the HIV virus, a team of University of Nebraska-Lincoln scientists has developed a promising new approach that could someday lead to a more effective HIV vaccine.

The team, led by chemist Jiantao Guo, virologist Qingsheng Li and synthetic biologist Wei Niu, has successfully tested the novel approach for vaccine development in vitro and has published findings in the international edition of the German journal Angewandte Chemie.

With the new approach, the UNL team is able to use an attenuated -- or weakened -- HIV virus in the vaccine. The new method involves manipulating the virus' codons -- a sequence of three nucleotides that form genetic code -- to rely on an unnatural amino acid for proper protein translation, which allows it to replicate. Because this amino acid is foreign to the human body, the virus cannot continue to reproduce, Guo said.

Adaptive immunity is developed when the body's immune system develops antibodies that attack the virus. The virus is then shut off from replicating by removing the amino acid.

"Since the unnatural amino acid is not present in humans, the virus cannot further replicate and cause disease once a desirable protection is achieved," Guo said.

On June 1, they will begin the next phase of development through a four-year, $1.9 million grant from the National Institutes of Healthand the National Institute of Allergy and Infectious Diseases. The grant will allow further research involving the genetically modified virus and lead to animal trials of the vaccine.

Since the HIV/AIDS pandemic began in the 1980s, an estimated 36 million people have died from the disease. Today, more than 35 million people live with the virus and 2.5 million new infections are recorded each year. No universal cure or vaccine exists, mainly because of the virus' persistent replication and evolution.

The most successful vaccination attempt in humans -- a trial in Thailand in the middle of the last decade -- had a roughly 31 percent efficacy rate. But that vaccine used engineered versions of HIV genes and proteins, rather than the actual virus.

"The science tells us a live-attenuated vaccine would work best to stop the pandemic and possibly eradicate the disease," Li said. "But, using a live virus in a human trial has safety concerns."

Using an attenuated virus in a vaccine has not been accomplished before because HIV -- even a weakened form of the virus -- replicates rapidly, which allows it to evolve quickly and regain is virulence and disease-causing ability.

With the funds from the grant, Guo, assistant professor of chemistry, and Li, associate professor of biology, along with Niu, research assistant professor in chemistry, will perfect the technology and begin new trials.


Story Source:

The above story is based on materials provided by University of Nebraska-Lincoln. Note: Materials may be edited for content and length.


Journal Reference:

  1. Nanxi Wang, Yue Li, Wei Niu, Ming Sun, Ronald Cerny, Qingsheng Li, Jiantao Guo. Construction of a Live-Attenuated HIV-1 Vaccine through Genetic Code Expansion. Angewandte Chemie International Edition, 2014; 53 (19): 4867 DOI: 10.1002/anie.201402092

Tool to better screen, treat aneurysm patients

 


A cerebral aneurysm is a blood-filled bulge formed in response to a weakness in the wall at branching brain arteries.

 

New research by an international consortium, including a researcher from Lawrence Livermore National Laboratory, may help physicians better understand the chronological development of a brain aneurysm.

Using radiocarbon dating to date samples of ruptured and unruptured cerebral aneurysm (CA) tissue, the team, led by neurosurgeon Nima Etminan, found that the main structural constituent and protein -- collagen type I -- in cerebral aneurysms is distinctly younger than once thought.

The new research helps identify patients more likely to suffer from an aneurysm and embark on a path toward prevention.

Simplified, a CA is a blood-filled bulge formed in response to a weakness in the wall at branching brain arteries. If the bulge bursts, the person can undergo a brain hemorrhage, which is a subtype of stroke and a life-threatening condition.

For decades, doctors have assumed that CAs rarely undergo structural change, and earlier theories speculated that CAs grow at a constant rate. The new findings, which appear in the June print issue of the journal Stroke, challenge the concept that CAs are present for decades and that they undergo only sporadic episodes of structural change. In view of these findings, it seems more likely that they alternate between periods of stability and instability during which they are prone to rupture.

For patients with CAs, who are more likely to undergo an aneurysm rupture due to risk factors such as smoking or hypertension, the international team including LLNL's Bruce Buchholz found that the age of collagen type I was significantly younger than those samples taken from people with no risk factors.

The ample amount of relatively young collagen type I in CAs suggests that collagen is changing all the time in aneurysms, which is significantly more rapid in patients with risk factors, Buchholz said.

Radiocarbon bomb-pulse dating uses an isotopic signature created by above-ground nuclear testing between 1955 and 1963, which nearly doubled the amount of carbon-14 in the atmosphere.

When the above-ground test-ban treaty took effect in 1963, atmospheric levels of radiocarbon began to decline as carbon-14 migrated into the oceans and biosphere. Living organisms naturally incorporate carbon into their tissues as the element moves through the food chain. As a result, the concentration of carbon-14 leaves a permanent time stamp on every biological molecule.

"This research may help doctors to formulate better screening and identification of those people at increased risk of an aneurysm rupture," Buchholz said.

The prevalence of unruptured CAs in the general population is 2 percent to 3 percent. The rate of death when they rupture is more than 35 percent. The high rate of death has led the medical community to try to understand the formation and natural history of these lesions to define standards for screening, treatment and identification of those CAs that are likely to rupture.


Story Source:

The above story is based on materials provided by DOE/Lawrence Livermore National Laboratory. The original article was written by Anne M Stark. Note: Materials may be edited for content and length.


Journal Reference:

  1. N. Etminan, R. Dreier, B. A. Buchholz, K. Beseoglu, P. Bruckner, C. Matzenauer, J. C. Torner, R. D. Brown, H.-J. Steiger, D. Hanggi, R. L. Macdonald. Age of Collagen in Intracranial Saccular Aneurysms. Stroke, 2014; DOI: 10.1161/%u200BSTROKEAHA.114.005461

New coronavirus inhibitor exhibits antiviral activity by blocking viral hijacking of host

 

May 29, 2014

Since the SARS epidemic in 2003, coronaviruses have been on the watch list for emerging pathogens, and the ongoing outbreak of Middle East respiratory syndrome coronavirus (MERS-CoV) confirmed that they represent a serious threat. No specific drugs exist against coronaviruses so far, but a new article introduces a new inhibitor of coronaviruses and implicates a specific process in the life cycle of these viruses that it blocks.


This image shows a cluster of vesicles made by virus from usurped and reshaped membranes.

Since the SARS epidemic in 2003, coronaviruses have been on the watch list for emerging pathogens, and the ongoing outbreak of Middle East respiratory syndrome coronavirus (MERS-CoV) confirmed that they represent a serious threat. No specific drugs exist against coronaviruses so far, but an article published on May 29th in PLOS Pathogens introduces a new inhibitor of coronaviruses and implicates a specific process in the life cycle of these viruses that it blocks.

Searching for inhibitors of coronaviruses, an international team of scientists led by Edward Trybala, from the University of Gothenburg, Sweden, and Volker Thiel, from the University of Berne, Switzerland, identified a compound called K22. They initially discovered that K22 had antiviral activity against a relatively harmless coronavirus that causes mild cold-like symptoms in humans. Follow-up experiments showed that the compound was effective against all other coronaviruses tested, including the SARS and MERS coronaviruses. The researchers also demonstrated efficient inhibition of virus in cells that line the human airways and are the natural port of entry for respiratory viruses.

Examining K22's mechanism of action, they discovered that the compound acts at an early step during the production of coronavirus in human host cells. Human cells are subdivided into different "compartments," for example the nucleus that contains the genetic information, or the mitochondria, which are the cell's power plants. Each compartment is surrounded by a wall-like structure called a "membrane." In order to multiply (i.e. manufacture new virus) and spread the infection, coronaviruses need to usurp and re-shape some of the membranes in the human host cells to build a sort of scaffolding for their virus production machinery. The results here show that K22 inhibits coronaviruses by preventing this use of host membranes for viral production.

"The remarkable efficacy of K22-mediated inhibition of coronavirus replication," the authors say, "confirms that the employment of host cell membranes for viral RNA synthesis is a crucial step in the coronavirus life cycle, and importantly, demonstrates that this step is extremely vulnerable and also druggable for antiviral intervention" Because the identification of K22 and its proposed mode-of-action is only the first, preclinical, step towards a therapeutic use, they also argue that "one important lesson of the past SARS and recent MERS coronavirus outbreaks is the need to invest significant efforts to developing efficacious and approved drugs to increase preparedness and combat coronavirus infections."


Story Source:

The above story is based on materials provided by PLOS. Note: Materials may be edited for content and length.


Journal Reference:

  1. Anna Lundin, Ronald Dijkman, Tomas Bergström, Nina Kann, Beata Adamiak, Charles Hannoun, Eveline Kindler, Hulda R. Jónsdóttir, Doreen Muth, Joeri Kint, Maria Forlenza, Marcel A. Müller, Christian Drosten, Volker Thiel, Edward Trybala. Targeting Membrane-Bound Viral RNA Synthesis Reveals Potent Inhibition of Diverse Coronaviruses Including the Middle East Respiratory Syndrome Virus. PLoS Pathogens, 2014; 10 (5): e1004166 DOI: 10.1371/journal.ppat.1004166

Pleasant smells increase facial attractiveness

 


Women's faces are rated as more attractive in the presence of pleasant odors.

New research from the Monell Chemical Senses Center reveals that women's faces are rated as more attractive in the presence of pleasant odors. In contrast, odor pleasantness had less effect on the evaluation of age. The findings suggest that the use of scented products such as perfumes may, to some extent, alter how people perceive one another.

"Odor pleasantness and facial attractiveness integrate into one joint emotional evaluation," said lead author Janina Seubert, PhD, a cognitive neuroscientist who was a postdoctoral fellow at Monell at the time the research was conducted. "This may indicate a common site of neural processing in the brain."

Perfumes and scented products have been used for centuries as a way to enhance overall personal appearance. Previous studies had shown perception of facial attractiveness could be influenced when using unpleasant vs. pleasant odors. However, it was not known whether odors influence the actual visual perception of facial features or alternatively, how faces are emotionally evaluated by the brain.

The current study design centered on the principle that judging attractiveness and age involve two distinct perceptual processing methods: attractiveness is regarded as an emotional process while judgments of age are believed to be cognitive, or rationally-based.

In the study, published in open access journal PLOS ONE, 18 young adults, two thirds of whom were female, were asked to rate the attractiveness and age of eight female faces, presented as photographs. The images varied in terms of natural aging features.

While evaluating the images, one of five odors was simultaneously released. These were a blend of fish oil (unpleasant) and rose oil (pleasant) that ranged from predominantly fish oil to predominantly rose oil. The subjects were asked to rate the age of the face in the photograph, the attractiveness of the face and the pleasantness of the odor.

Across the range of odors, odor pleasantness directly influenced ratings of facial attractiveness. This suggests that olfactory and visual cues independently influence judgments of facial attractiveness.

With regard to the cognitive task of age evaluation, visual age cues (more wrinkles and blemishes) were linked to older age perception.

However, odor pleasantness had a mixed effect. Visual age cues strongly influenced age perception during pleasant odor stimulation, making older faces look older and younger faces look younger. This effect was weakened in the presence of unpleasant odors, so that younger and older faces were perceived to be more similar in age.

Jean-Marc Dessirier, Lead Scientist at Unilever and a co-author on the study said, "These findings have fascinating implications in terms of how pleasant smells may help enhance natural appearance within social settings. The next step will be to see if the findings extend to evaluation of male facial attractiveness."


Story Source:

The above story is based on materials provided by Monell Chemical Senses Center. Note: Materials may be edited for content and length.


Journal Reference:

  1. Janina Seubert, Kristen M. Gregory, Jessica Chamberland, Jean-Marc Dessirier, Johan N. Lundström. Odor Valence Linearly Modulates Attractiveness, but Not Age Assessment, of Invariant Facial Features in a Memory-Based Rating Task. PLoS ONE, 2014; 9 (5): e98347 DOI: 10.1371/journal.pone.0098347