terça-feira, 7 de julho de 2015

Informações projetadas no para-brisa podem prejudicar segurança

 

 

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Informações projetadas nos para-brisas dos veículos, à altura dos olhos do motorista, podem causar distração, ameaçando a segurança. A conclusão é de um estudo divulgado pela Universidade de Toronto, no Canadá, e contraria a percepção comum de que, sem precisar deslocar os olhos para o painel de instrumentos, o motorista não perderia a concentração ao verificar dados como a velocidade ou instruções de navegação com o carro em movimento.

Presentes em vários veículos, de muitas marcas, os mostradores virtuais conhecidos como head-up displays (ou HUDs) podem exibir, além das informações mais básicas, dados sobre chamadas telefônicas e alertas de sistemas de segurança, entre outras. Esses dispositivos são inspirados nos usados na aviação, principalmente em aeronaves de combate.

Segundo os pesquisadores canadenses, o problema é que, na prática, qualquer alerta pode causar distração, forçando o motorista a dividir sua atenção entre o que acontece à sua frente e o aviso que está recebendo.

Para verificar o efeito das informações adicionais colocadas na linha de visão dos motoristas, os pesquisadores realizaram dois testes. No primeiro, os motoristas eram solicitados a dizer quantos pontos eram projetados aleatoriamente à sua frente. Além disso, um quadrado com bordas pretas também aparecia de quando em quando e os condutores deveriam dizer quando isso acontecia.

O resultado mostrou que, quando apenas os pontos eram projetados, sem o quadrado, o índice de acerto era alto. Já quando o quadrado aparecia ao mesmo tempo que poucos pontos, deixava de ser percebido uma vez em cada quinze. Se houvesse mais pontos, o quadrado era ignorado até dez por cento das vezes em que surgia.

Além disso, quando o número de pontos era aumentado, independentemente da presença ou não do quadrado, o índice de erros na contagem aumentava.

Para os autores do trabalho, os resultados mostraram que a atenção numa tarefa inicial foi reduzida quando outras informações foram transmitidas aos participantes. Isto significa que, numa situação real, os motoristas podem não responder a estímulos múltiplos com eficiência suficiente para distinguir entre um aviso de perigo iminente e uma informação rotineira, por exemplo, uma recomendação para entrar à esquerda e um alerta de colisão.

No segundo teste, os motoristas deveriam identificar formas – um triângulo, um quadrado e um losango – que apareciam juntamente com os pontos subitamente e sem aviso prévio, como ocorre com alertas de perigo mostrados nos HUDs reais.

Como no teste anterior, quando o número de pontos era alto, muitos participantes confundiam os formatos ao identifica-los ou, até mesmo, deixavam de perceber sua aparição, além de aumentar o índice de erro na contagem dos pontos.

Ter que executar duas tarefas visuais também reduziu a velocidade de reação em até 200 por cento. Para os coordenadores do estudo, as falhas na percepção e a queda na velocidade de reação são ameaças reais à segurança no trânsito. Além disso, a disputa pela atenção do motorista tem mais chance de ocorrer exatamente quando as situações de trânsito são mais complexas.

Publicado em 30/06/2015  - fonte :autoestrada.uol.com.br

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