sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Redução na vazão do São Francisco preocupa produtores


Fruticultores que dependem do São Francisco estão preocupados com redução na vazão do rio.

Volume destinado ao consumo está na metade do que entra na principal represa da região.

A crise hídrica atinge uma das regiões mais acostumadas a conviver com a seca no Brasil. No sertão de Pernambuco e da Bahia, produtores rurais estão preocupados com a diminuição da vazão do Rio São Francisco, principal via de abastecimento das cidades e da agricultura nos dois estados. O setor produtivo local está se unindo a entes públicos e privados para organizar um manifesto que chegue à Brasília.

Segundo a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), o volume que vaza para consumo do “velho Chico” é metade do que  entra diariamente no lago de Sobradinho, onde fica armazenada toda a água disponível para geração de energia e consumo da população local.

“Atualmente entram 600 metros cúbicos por segundo e saem 1.800. Com isso o lago está hoje com 17% da sua capacidade e a tendência é que chegue em março a 14%”, afirma João Bosco, superintendente da Codevasf de Petrolina (Pernambuco). A diminuição do nível das águas é atribuída à falta de chuvas em toda a bacia do São Francisco, especialmente em Minas Gerais, onde está a principal fonte do rio, explica ele.

Em janeiro deste ano, choveu 9% do esperado para o mês, conforme dados levantados pelas estações meteorológicas locais. A média pluviométrica anual para a região de Petrolina (Pernambuco) e Juazeiro (Bahia) é de 400 milímetros.

O quadro acende o sinal de alerta para a atividade agrícola regional, predominada pela produção de frutas e vegetais em pequenas áreas. Praticamente todo o plantio sobrevive da irrigação nas plantas. Portanto, dependendo da fase de desenvolvimento das culturas, cada dia sem água significa prejuízo.

O sertão da Bahia e Pernambuco é o principal polo de produção de frutas do Brasil. Quase toda a manga exportada pelo país sai da região. Além disso, lá estão concentrados um dos maiores e mais sofisticadas produção de uvas finas e vinhos.

 

Por Cassiano Ribeiro . Fonte: Globo Rural.


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