quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Pílula que substitui exercício físico

 

 

 

 

Cientistas estudam pílula que substitui exercício físico.

Em laboratório, pesquisadores de Harvard identificaram substâncias que, como a atividade física, são capazes de transformar gordura "ruim" em "boa".

A criação de uma pílula contra a obesidade, capaz de imitar o efeito emagrecedor de exercícios aeróbicos, como a corrida, pode estar mais próxima. Em um estudo publicado nesta segunda-feira, pesquisadores da Universidade Harvard revelam ter identificado duas moléculas que, uma vez dentro das células, reduzem o excesso de gordura acumulada e aumentam o gasto calórico.

A pílula, no entanto, não substitui os outros benefícios das atividades físicas, como aumento da massa muscular ou melhora da saúde cardiovascular. Além disso, trata-se de uma pesquisa em fase inicial, realizada em laboratório. Portanto, uma abordagem desse tipo ainda não está disponível.

No estudo, cientistas do Instituto de Células-Tronco de Harvard analisaram células-tronco humanas e, a partir de um banco de dados de 1 000 compostos, identificaram dois que podem desencadear o processo que transforma gordura branca, ou “ruim”, em gordura marrom, ou “boa”.

Gordura corporal — O tecido adiposo de uma pessoa é constituído por dois tipos de gordura: a branca e a marrom. A energia excedente do corpo é estocada como lipídio nas células de gordura branca. Quando um indivíduo não gasta tantas calorias quanto consome, o organismo produz mais células de gordura “ruim” para estocar essa energia excedente.

Já a gordura marrom libera a energia excedente para, por exemplo, manter a temperatura do corpo. Ela também é capaz de reduzir o tamanho das células de gordura branca. Por isso, é considerada como “boa” e uma possível aliada contra a obesidade e doenças relacionadas.

Mecanismo — Em testes feitos no laboratório, os pesquisadores observaram que os dois compostos identificados são capazes de transformar células-tronco de gordura, fazendo com que elas deixem de produzir células de gordura branca e passem a gerar gordura marrom. É o processo desencadeado por atividades físicas aeróbicas, como caminhada, corrida e natação.

A nova pesquisa, publicada na revista Nature Cell Biology, ainda deverá passar por outras etapas para que a descoberta resulte em uma pílula milagrosa. Um dos motivos é o fato de ambos os compostos poderem, a longo prazo, levar a reações inflamatórias do organismo e comprometer o sistema imunológico. Por isso, as substâncias precisam sofrer modificações nos estudos futuros.No entanto, um desses compostos já é aprovado nos Estados Unidos para o tratamento de artrite reumatoide, doença autoimune que provoca inflamação nas articulações.

“A boa, ou má, notícia é que a ciência é lenta: ter provas em relação a um conceito leva uma enorme quantidade de tempo. Nós pensamos que trabalhar com células-tronco levaria à descoberta de novos medicamentos e terapias, e agora isso está realmente começando a acontecer. Uma década de trabalho científico árduo está valendo a pena”, diz Chad Cowan, professor da Universidade Harvard e coordenador do estudo.

Cinco passos para sair do sedentarismo:

Avalie o seu físico

Passar por uma avaliação de flexibilidade, fôlego, força muscular e composição corporal é importante para medir o progresso que virá com a prática de exercícios. Esse teste pode ser feito por um profissional de educação física. Já pessoas sedentárias com mais de 40 anos ou que tenham algum fator de risco, como sobrepeso e hipertensão, devem agendar uma consulta com um médico antes de iniciar uma atividade física.

"Há recursos que traçam o perfil do indivíduo e permitem dizer se ele pode fazer exercícios mais intensos ou se deve optar pelos moderados", diz o fisiologista Turíbio Leite de Barros. Trata-se de testes como o cardiopulmonar, que mede a aptidão cardiorrespiratória, e o ergométrico, que avalia o coração em situação de stress, geralmente com o paciente se movimentando em uma esteira ou bicicleta estacionária.

Estabeleça metas realistas

Ter objetivos ao iniciar uma atividade física é motivador – desde que eles sejam realistas. "Uma pessoa que decidir perder 10 quilos em dois meses dificilmente vai conseguir alcançar a meta e, de certo, vai desistir do compromisso", diz Renato Dutra. O ideal, segundo o educador físico, é estabelecer objetivos de curto (um a três meses), médio (quatro a seis meses) e longo prazo (um a dois anos).

"Metas possíveis para um sedentário são, por exemplo, emagrecer 1 quilo em dois meses ou, em um mês, correr 10 minutos ou subir um lance de escada sem se sentir tão cansado." Um dos melhores estímulos é enxergar os resultados.

Escolha um exercício prazeroso

É comum que corrida e musculação, pela difusão e pela praticidade, sejam as primeiras opções na hora de escolher um exercício. Mas isso não quer dizer que elas sejam prazerosas para todo mundo. A regra é experimentar diferentes modalidades até encontrar a mais agradável.

"Para sair do sedentarismo, a pessoa deverá buscar um exercício com o qual se identifique", diz Renato Dutra. "Só assim ela descobrirá que, em vez de musculação, prefere pilates, ou que se sai melhor na dança do que na corrida."

Comece devagar

Pessoas que não estão acostumadas a se exercitar devem começar uma atividade física aos poucos, com uma intensidade leve e respeitando os limites do corpo. Isso vai ajudar a evitar lesões e diminuirá as chances de o indivíduo se sentir desestimulado com o exercício. Variar as modalidades também é uma medida que ajuda a espantar o desânimo.

"Faça, por exemplo, musculação em um dia, um exercício aeróbico no outro e uma aula de alongamento no dia seguinte”, diz o educador físico Renato Dutra.

Persista nos novos hábitos

É normal que uma pessoa decida se exercitar duas vezes por semana, mas, logo no início, um imprevisto a impeça de cumprir esse objetivo.

"Ela não pode desanimar por causa disso. Se não deu, deve tentar de novo na outra semana. Para criar um hábito, é preciso investir nele, reforçando determinados comportamentos. Uma pessoa que sempre foi sedentária não pode ser tão exigente consigo mesma”, afirma Dutra.

 

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