domingo, 27 de abril de 2014

Será o Twitter capaz de ajudar fumantes a largar do cigarro?

 

Dados de um estudo clínico conduzido pela Universidade da Califórnia mostram que uma rede de suporte virtual tem impacto positivo sobre pessoas com vício

Fumantes interessados em largar o vício do cigarro tem várias alternativas - adesivos de nicotina, chiclete, e-cigarettes, hipnose e, agora, até o Twitter.

Um estudo clínico recém finalizado pela Universidade da Califórnia, em Irvine (UC-I), testou e comprovou que é possível utilizar uma rede virtual de suporte aos fumantes, via Twitter, para de fato mantê-los longe dos cigarros. O estudo foi financiado por verbas do Instituto Nacional de Saúde (NHI) americano e não teve envolvimento da empresa americana.

Dados preliminares do estudo, segundo a pesquisadora Cornelia Pechmann, mostram que, entre os 280 participantes da experiência, o grupo que tentou abandonar o cigarro com ajuda do Twitter teve o dobro do sucesso do que as pessoas que faziam parte grupo de controle e que não usaram o microblog. Para se qualificar para o estudo os participantes precisavam ter fumado pelo menos 100 cigarros em sua vida e ter fumado pelo menos cinco cigarros por dia.

As pessoas já usam o Twitter para ajudá-las a deixar o cigarro mas, segundo Pechmann, esforços espontâneos tendem a falhar. Muitas pessoas entram no contexto e, nessa situação, é difícil achar na timeline tweets que realmente ofereçam conselhos importantes ou mesmo consolo que ajude a quebrar o ciclo.
Os pesquisadores da UC-Irvine querem utilizar uma rede fechada de suporte via Twitter para conectar pessoas que não se conheçam e acreditam que nesse caso eles possam se ajudar a abandonar o vício e evitar voltar a fumar numa crise. O estudo testou a hipótese de um grupo pequeno formado dentro do Twitter poder ajudar a parar de fumar em cem dias.

Os participantes do estudo foram escolhidos aletoriamente para fazer parte do grupo do Twitter ou do grupo de controle. Participantes de ambos os grupos receberam um fornecimento de adesivos de nicotina sufuciente para oito semanas. Os participantes do grupo experimental foram distribuídos em grupos fechados no Twitter com no máximo 20 pessoas.

As mensagens trocadas apenas podiam ser vistas por eles e pelos pesquisadores. A cada participante foi dada a missão de enviar pelo menos uma mensagem por dia durante um mês via Twitter e uma por semana no mês seguinte. As pessoas aproveitaram para buscar apoio umas das outras e algumas vezes até para "dedurar" quando viram alguém acendendo um cigarro. Mais de 1 mil tweets no total foram trocados e mesmo quando o experimento terminou as pessoas continuaram na rede, diz a pesquisadora.

A pesquisa final não foi publicada ainda com os resultados completos. Os twetts ainda estão sendo analisados e um estudo complementar está sendo planejado para verificar se as pessoas participantes de fato abandonaram o cigarro e isso vai incluir verificação de laboratório utilizando testes de saliva.

Um descritivo do estudo pode ser encontrado no site do NHI em ClinicalTrials.gov site.

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